Fãs de jogos de estratégia já se acostumaram com a mesma repetição dos eternos estereótipos e fórmulas do gênero – não importa se o ambiente é moderno, medieval ou fantástico, o jogador está quase sempre repetindo os mesmos procedimentos. Mas a Atari e a Eugen Systems tentaram chacoalhar um pouco as coisas com "Act of War: Direct Action" – e apesar de alguns problemas, o resultado final não deixa de ser um colírio nesse mar de mesmice.
A diferença mais clara e presente está na trama e narrativa do game, desenvolvida em parceria com o escritor Dale Brown. Além de trazer um enredo mais elaborado e entrosado com a experiência (incluindo um manual repleto de referências, que promete agradar aos jogadores da velha guarda), os acontecimentos são contados através de vídeos com atores reais entre e durante as fases. A produção não chega a ser comparável com Hollywood, mas certamente ajuda a aproximar o estrategista caseiro dos eventos mostrados.
Petróleo escasso
Recursos já foram tema de inúmeros jogos de estratégia em tempo real, mas aqui a questão é mais complexa. "Act of War" mostra um futuro próximo no qual as reservas de petróleo estão ficando escassas e o preço do barril dispara. Uma empresa aparece milagrosamente prometendo novas técnicas e um preço absurdamente baixo – ao mesmo tempo que atos terroristas se desdobram em refinarias e contra figuras importantes do mercado. Isso leva o exército americano e o grupo especial Talon (duas das facções do game) a entrar em conflito contra o misterioso Consórcio (a terceira e última parte jogável).
Durante os mais de 30 capítulos seguintes, jogadores devem controlar a Talon e o exército, enfrentando os terroristas em diversos ambientes urbanos com equipamento de ponta. A maioria das fases, principalmente no começo, é intercalada com inúmeros vídeos que ajudam a motivar os acontecimentos e dar uma profundidade rara à ação – que já traz momentos incomuns ao gênero, como um confronto no meio de uma passeata.
Uma chave na engranagem
Mas se a narrativa é diferenciada, a Eugen também tentou escapar das armadilhas da repetição de seus concorrentes. Uma das mudanças é a habilidade de infiltrar tropas de infantaria em prédios, ganhando proteção e capacidades ofensivas e estratégicas adicionais. Outro detalhe importante é a capacidade de não apenas curar as tropas no campo de batalha, mas a habilidade de não usar força letal e capturar prisioneiros inimigos. Além de oferecer um bônus monetário (o único recurso do game) imediato, os reféns continuam gerando receita na base, ou podem ser sacrificados para revelar segredos dos oponentes. Dinheiro também pode ser obtido instalando refinarias de petróleo ou capturando bancos e instituições financeiras.
Todas essas novidades criam um panorama diferenciado para "Act of War", evitando as técnicas tradicionais de ataques acelerados para conquistar a vitória (pelo menos na campanha). Com tudo isso, o game gasta um bom terço de seu início como uma espécie de tutorial extendido que apresenta todas essas novidades, ao mesmo tempo que estabelece o pano de fundo da trama. Em fases mais avançadas, o game retoma um ritmo mais tradicional para o gênero.
Obstáculos no caminho
A audácia em tentar algo novo acaba valendo a pena, resultando em uma experiência diferente para amantes do gênero – que vale seu peso em ouro. Mas o game não consegue esconder o fato de que simplesmente não traz a mesma qualidade e equilíbrio de concorrentes já estabelecidos como WarCraft e Command & Conquer: Act of War não traz unidades bem balanceadas e sua dificuldade tende demais para "fácil" do que para desafio (e a habilidade para jogar qualquer fase imediatamente não ajuda). A soma de todas as características também fazem com que seu multiplayer não possa concorrer diretamente com os grandes nomes.
A decisão de usar atores reais ao invés de 3D merece ser aplaudida, mas a produção e atuação pecam inúmeras vezes, quebrando um pouco a suspensão de descrença. De resto, os gráficos 3D da parte jogável são extremamente caprichados e suficientes para competir com os demais exemplares do gênero.
Processador: Pentium IV 1,5GHz
Sistema: Windows 2000/XP
Memória RAM: 256MB
Placa de Vídeo: 3D com 64MB
HD: 6GB
CD 1:
Parte 1
Parte 2
Parte 2
Parte 3
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